quarta-feira, 20 de julho de 2016

Transtornos mentais.






Transtornos Mentais.
Estima-se que 20% dos adultos tendem a desenvolver algum transtorno mental. Confiram quais são os transtornos mentais mais conhecidos, diagnóstico e tratamentos:
Depressão
Distúrbio crônico e recorrente que causa uma tristeza profunda, intensa e persistente. Atinge aproximadamente 350 milhões de pessoas em todo o mundo.  A depressão não deve ser confundida com a tristeza transitória, que acontece por situações desagradáveis como a morte de um familiar, desencontros familiares e amorosos ou problemas econômicos.
Causas
Alterações químicas no cérebro, especialmente dos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina, substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Genética também é relevante, pois, parentes de primeiro grau de pessoas depressivas têm mais chances de desenvolver depressão.
Sintomas
  • Baixa estima;
  • Cansaço;
  • Alterações de peso e apetite;
  • Apatia;
  • Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio;
  • Pensamentos suicidas;
  • Alterações do sono: Acordar várias vezes durante a noite e sensação de sono superficial. Acordar horas antes do habitual ou dormir demais;
  • Diminuição ou perda de interesse pelo ato sexual;
  • Sintomas físicos sem explicação: tensão na nuca e ombros, sensação de corpo pesado, pressão no peito, entre outros.
Diagnóstico e tratamento
Quadros mais brandos de depressão reagem satisfatoriamente ao tratamento psicoterápico. Já nos casos onde o distúrbio afeta com mais intensidade a vida familiar, profissional e afetiva, se faz necessário o uso de antidepressivos. Os medicamentos começam a fazer efeito por volta de duas a quatro semanas, de acordo com o Dr. Drauzio Varella. Mesmo com os efeitos colaterais, algumas vezes a prescrição não pode ser suspensa, para evitar recaídas.
Exercícios físicos são indicados para quem tem depressão. De acordo com estudo realizado por Chad Rethorst e Madhukar Trivedi, da Universidade do Texas, são indicadas atividades aeróbicos de 3 a 5 vezes por semana, com sessões de 45 a 60 minutos. Treinos de resistência também são recomendados. A intensidade deve ser de 50 a 85% da frequência cardíaca máxima do indivíduo. Em treinos de resistência, a recomendação é de exercícios variados para os membros superiores e inferiores – três vezes de oito repetições a 80% do peso máximo suportado.

Esquizofrenia
Perturbação psiquiátrica que leva a perda do contato com a realidade. Esquizofrênicos fecham-se em si mesmos, ficam indiferentes ao que acontece ao redor, olham para o nada, tem delírios e alucinações. Ouvem vozes e acreditam serem vítimas de perseguição. Segundo o Dr. Wagner Gattaz médico psiquiatra e professor de psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, existem relatos milenares de psicose, que poderiam ser considerados esquizofrenia. Atinge pessoas jovens. No homem, surge por volta dos 25 anos, nas mulheres, entre 29 e 30 anos. A proporção é de um para um. Há muitos anos, os esquizofrênicos eram internados em sanatórios. Nas últimas décadas o diagnóstico e o tratamento evoluíram, entretanto, o diagnóstico precisa ser feito o mais precocemente possível.
Causas
A hereditariedade é relevante. Parentes de primeiro grau de um esquizofrênico têm mais chances de desenvolver a doença. Contudo, não se sabe o modo de transmissão genética. Tomografia computadorizada e ressonância magnética revelam que alguns esquizofrênicos têm uma diminuição discreta do tamanho de algumas áreas do cérebro.
Sintomas
  • Sintomas positivos: Respondem mais rapidamente ao tratamento. Os delírios têm como característica a visão distorcida da realidade. O delírio mais comum é o persecutório, onde o indivíduo acredita que está sendo perseguido. Ele acredita que câmeras foram instaladas para monitorar sua rotina. As alucinações são percepções que independem de estimulo externo. O esquizofrênico ouve vozes que levam a pessoa ao suicídio ou a cometer crimes.
  • Sintomas negativos: Mais resistentes ao tratamento e diminuem a capacidade de sentir alegria ou tristeza condizentes com a situação externa. O indivíduo escolhe atividades passivas e demonstram dificuldade em expressar seus sentimentos;
  • Alterações do pensamento: Ideias confusas, desorganizadas ou desconexas. O indivíduo crê que seus pensamentos podem ser lidos, que eles foram inseridos ou roubados da mente.


Transtorno Bipolar
Distúrbio mental altamente complexo onde o indivíduo alterna muitas vezes subitamente períodos de depressão e euforia. Atinge igualmente homens e mulheres, entre os 15 e 25 anos, podendo afetar também crianças e pessoas idosas.
Causas
Embora a causa ainda não tenha sido determinada, sabe-se que estão envolvidos fatores genéticos, alterações genéticas em determinadas áreas do cérebro e níveis de vários neurotransmissores. Pessoas com episódios recorrentes de depressão, estresse prolongado, uso de drogas e remédios para emagrecer e disfunções na tireoide também estão relacionados ao transtorno bipolar.
Sintomas
  • Tristeza profunda;
  • Alterações do sono e apetite;
  • Dificuldade de concentração;
  • Cansaço;
  • Pensamentos suicidas
  • Mania: Euforia exuberante, autoestima, pouca necessidade de sono, aumento da libido, impaciência, fala acelerada, agitação psicomotora e comportamento agressivo. Nesse período a pessoa toma atitudes que atingirão a si próprios e as pessoas próximas, tais como demissão, gastar dinheiro à toa, relacionamentos fugazes, e em casos mais graves, delírios e alucinações.
  • Hipomania: Os sintomas são parecidos aos da mania, porém, menos intensos e com menor repercussão. A hipomania dura poucos dias.
Diagnóstico e tratamento
Não tem cura, entretanto, pode ser controlada com remédios, psicoterapia e a incorporação de novos hábitos, abolir ao fumo e a bebida, não ingerir cafeína, alimentar-se corretamente e dormir no mínimo 8 horas por dia.
Em quadros mais graves, são prescritos medicamentos neurolépticos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, ansiolíticos e estabilizadores de humor, especialmente o carbonato de lítio, que combate os quadros agudos de euforia. As recaídas são evitadas graças a associação do lítio com antidepressivos e anticonvulsivantes. Os antidepressivos requerem cuidados, pois, podem causar uma rápida transição da depressão para a euforia, ou acelerar a incidência das crises. As sessões de terapia ajudam o indivíduo a superar as dificuldades, prevenir a recorrência das crises e mostram a importância do tratamento medicamentoso, que muitas vezes são mantidos por toda a vida.

Transtorno do pânico
A síndrome ou transtorno do pânico tem curta duração. São crises agudas de ansiedade onde a pessoa experimenta a sensação que vai morrer, ou que perder o controle sobre si mesma e vai enlouquecer.
A primeira crise manifesta-se na adolescência ou no início da fase adulta. Os episódios podem acontecer várias vezes no mesmo dia, demorar dias, semanas, meses ou até anos para se repetirem. As crises também ocorrem durante o sono.
A maior incidência é nas mulheres, devido a sensibilização das estruturas cerebrais causadas pelas variações hormonais, isso explica porque os casos de transtorno do pânico aumentam no período fértil.
Causas
As causas ainda não foram esclarecidas, contudo, fatores genéticos e ambientais, estresse, uso de anfetaminas, drogas e álcool podem estar relacionados.
Sintomas
  • Medo de morrer;
  • Medo de perder o controle e enlouquecer;
  • Despersonalização: sensação de desligamento do mundo, como estivesse vivendo um sono;
  • Desrealização: dificuldade em diferenciar realidade e fantasia;
  • Dor ou desconforto no peito que podem ser confundidos com sinais de um infarto;
  • Taquicardia;
  • Tontura ou vertigem;
  • Sensação de falta de ar e sufocamento;
  • Ondas de calor e calafrios;
  • Sudorese;
  • Tremores, abalos e estremecimentos.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico segue os critérios do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais. Um episódio isolado ou a reação de medo intenso devido a ameaças reais não podem ser considerados transtorno de pânico. As crises precisam ser recorrentes e interferir no cotidiano do indivíduo. Exames clínicos são pedidos para excluir doenças com sintomas parecidos, como epilepsia, hipoglicemia e o hipertireoidismo.
O tratamento inclui psicoterapia, com a exposição às situações que causam pânico, sistemática, gradual e progressiva, até que aconteça a dessensibilização.São prescritos antidepressivos tricíclicos ou de nova geração, que são mantidos por períodos longos, a fim de evitar recaídas.

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