terça-feira, 12 de julho de 2016



A NEUROSE








Primeiro a  Neurose não é sonônimo de loucura, assim como também, não compromete a inteligência, nem o contato com a realidade. Seus sentimentos dos neuróticos também são normais; eles amam, sentem alegria, tristeza, raiva, etc., como qualquer pessoa. O que pode estar alterado na Neurose é a quantidade desses sentimentos.

Assim, as principais diferenças entre uma pessoa neurótica e outra normal são em relação à capacidade de adaptação às situações vividas e em relação à quantidade de emoções e sentimentos. Os neuróticos ficam mais ansiosos, mais angustiados, mais deprimidos, mais sugestionáveis, mais teatrais, mais impressionados, mais preocupados, com mais medo, enfim, eles têm as mesmas emoções que qualquer pessoa, porém, em quantidade que compromete a adaptação. Para entender melhor, estude: Teorias da Personalidade e Transtornos da Personalidade.

Tipos de Neuroses De modo geral, e didaticamente, as neuroses costumam ser classificadas através de seus sintomas mais proeminentes. Isso não significa que todas elas não possam ter uma série de sintomas comuns (todas têm ansiedade, por exemplo).

Um dos tipos mais comuns de Neurose, hoje em dia, é aquele cujo sintoma proeminente é a ansiedade (e depressão). O Transtorno Fóbico-Ansioso, por exemplo, é uma neurose que se caracteriza, exatamente, pela prevalência da Fobia entre outros sintomas de ansiedade, ou seja, um medo anormal, desproporcional e persistente diante de um objeto ou situação específica. Mas isso não quer dizer que no Transtorno Fóbico-Ansioso não tenha também depressão, ataques de pânico, ansiedade generalizada...

O Transtorno Ansioso é outro tipo de Neurose . Os padrões individuais de ansiedade variam amplamente. Algumas pessoas com ansiedade neurótica podem ter sintomas cardiovasculares, tais como palpitações, sudorese ou opressão no peito, outros manifestam sintomas gastrointestinais como náuseas, vômito, diarréia ou vazio no estômago, outros ainda apresentam mal-estar respiratório ou predomínio de tensão muscular exagerada, do tipo espasmo, torcicolo e lombalgia.
Enfim, os sintomas físicos da ansiedade variam de pessoa para pessoa. Psicologicamente a ansiedade pode monopolizar as atividades psíquicas e comprometer, desde a atenção e memória, até a interpretação fiel da realidade. 



Os Transtornos Histriônicos (Histéricos), por sua vez, são neuroses onde o sintoma principal é a teatralidade, sugestionabilidade, necessidade de atenção constante e manipulação emocional das pessoas ao seu redor. O neurótico histérico pode desmaiar, ficar paralítico, sem fala, trêmulo, e desempenhar todo tipo de papel de doente. Há grande variedade nesse tipo de neurose. 

Os Transtornos do Espectro Obsessivos-Compulsivos reúnem neuroses cujo sintoma principal é a incapacidade de controlar impulsos, manias e rituais, assim como determinados pensamentos desagradáveis e absurdos.

Incluimos a Distimia como representante de um tipo de neurose, cujo sintoma mais proeminente é a tendência a reagir depressivamente à vida, ou seja, é a pessoa com tendência à longos períodos de depressão.

A Neurose tem cura?Antigamente se pensava que a neurose era sempre incurável e que se convertia, com o tempo, numa doença crônica e invalidante. Hoje em dia, felizmente, as pessoas que sofrem deste transtorno podem recuperar-se por completo e lavar uma vida normal como qualquer outra pessoa. 

A questão da cura das neuroses, que é uma doença da personalidade, deve ser comparada à cura da diabete, da pressão alta, reumatismo, alergia, asma e uma grande série de outras doenças crônicas. As pessoas portadoras dessas doenças, assim como os neuróticos, teriam uma péssima qualidade (e quantidade) de vida se não fossem os recursos da medicina. Pois bem. Com recursos da medicina essas pessoas têm uma qualidade de vida normal, tal como acontece com os pacientes neuróticos tratados.

A rigor, para as neuroses, recomenda-se um tratamento de responsabilidade tripla; um acompanhamento psicológico adequado, um tratamento médico (com medicamentos) quando necessário, e a maior cooperação possível do próprio paciente e da sua família. Portanto, vai aqui um alerta para aquelas pessoas do tipo "- não consigo isso, não consigo aquilo". Com essa participação tríplice, felizmente, a grande maioria das neuroses podem ser perfeitamente controlada, proporcionando ao paciente uma melhor qualidade de vida e inegável bem estar.

A família pode causar a neurose?Sim e não! A resposta correta é: depende da família e do neurótico. Para entender melhor essa questão, vamos comparar a neurose com a alergia. Vamos considerar uma pessoa com rinite alérgica e que, ao entrar em contacto com um ambiente embolorado, manifesta sua rinite.
Esse exemplo acima é muito didático e favorece outras reflexões esclarecedoras. Seria o caso de perguntarmos: o fungo do bolor (a família), é a causa da rinite alérgica (neurose)??? 
Para haver a rinite alérgica é preciso 2 coisas; que a pessoa seja alérgica previamente, e do fungo, ao qual ela é sensível. Assim sendo, para a crise de rinite o fungo foi tão indispensável quanto a sensibilidade alérgica da pessoa. O mais correto, agora, é dizer que o fungo (família) pode desencadear, agravar ou proporcionar condições para uma crise alérgica aguda (uma reação neurótica), mas não é a causa exclusiva. 

Da mesma forma, podemos dizer que para desenvolver uma neurose é preciso uma certa vulnerabilidade emocional e, para que esta se manifeste em sua plenitude, é preciso uma vivência desencadeadora.

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