sexta-feira, 2 de setembro de 2016
Fobias assunto sério!
Como nascem as fobias?
Os especialistas divergem quanto a origem das fobias. Há os que pensam que a responsabilidade é em grande parte genética. Com efeito, examinando o DNA de um grupo de pessoas que sofriam de ataques de pânico, fobias e outros distúrbios de ansiedade, o cientista espanhol Xavier Estivill notou que 97% deles apresentava uma duplicação do material genético presente em um cromossomo particular, o de número 15. É possível, portanto, hipnotiza Estivill, que os genes estejam de algum modo envolvidos na origem desses medos incontroláveis.
Hipótese relacional - Uma hipótese mais relacional diz que as fobias são “aprendidas”, com o passar dos anos, através da relação com os pais e outros educadores. “Quem vem de uma família híper protetora corre com mais frequência apresentar, ao longo da vida, distúrbios similares. Quando encontram obstáculos maiores do que aqueles que estão acostumados a enfrentar, tais pessoas não encontram instrumentos para superá-los”.
Hipótese psicanalítica – Mais centrada no indivíduo, é baseada nas teorias de Sigmund Freud. Ao observar o caso do menino Hans, de 5 anos, aterrorizado pela ideia de ser mordido ou pisado por um cavalo, o pai da psicanálise lançou a hipótese de que as fobias são tentativas de “desviar” a atenção de alguma ansiedade interior para algum objeto externo e mais facilmente controlável. Para Freud, o que amedrontava Hans era, na verdade, uma forte submissão à figura demasiado autoritária do pai.
Oportunistas amedrontados – Por fim, para alguns estudiosos as fobias poderiam ser entendidas como tentativas inconscientes de se obter dos outros pequenas “vantagens”. Por exemplo, se temos medo de dirigir um carro, haverá quase sempre alguém disposto ou obrigado a fazer isso por nós, livrando-nos do estresse das filas e dos estacionamentos.
Não importa qual seja a sua origem, o medo é um peso que carregamos desde sempre. Nossos antepassados pré-históricos provavelmente sofriam de ceraunofobia, ou seja, um medo incontrolável de relâmpagos. Foi exatamente esse instinto primitivo – quase um sistema de alarme que alerta os sentidos e prepara o corpo a reagir – que ensinou aos antigos a se defender deles. “O medo é a melhor arma de sobrevivência de que dispomos”, continua Nardone, “o problema é se a reatividade sobre além de um certo nível, chegando a nos bloquear”. Nenhuma surpresa, portanto, se entre os estímulos fóbicos mais comuns estejam o sangue, a altitude e os animais (ou seja, os mesmos medos que atormentavam nossos antepassados). Em particular, entre os animais mais temidos, encontramos as serpentes. Fato bem estranho, visto que atualmente é muito mais fácil morrer num acidente de carro do que por picada de cobra. Tudo leva a crer que na nossa memória evolutiva permaneçam traços dos perigos que ameaçavam nossos antigos predecessores.
No topo da lista das zoofobias hoje mais difundidas, está o medo aos pombos e a outros pássaros e animais que voam: sinal de que as fobias mudam com o tempo, como acontece com a moda. Muito difundidas também as patofobias, temores desmotivados de ser atingido por alguma doença incurável. Segundo recente pesquisa levada a efeito em países europeus desenvolvidos, esses doentes imaginários, que se submetem a exames diagnósticos contínuos e invasivos, constituem entre 6 e 7% da população do Velho Continente. Só na Itália, são mais de 2 milhões de pessoas que, além de viver um forte desconforto pessoal, agravam a balança dos serviços sanitários estatais.
Claro, uma fobia do tipo da lutrafobia (medo de lontras) não é particularmente séria para quem vive num meio urbano: basta evitar rios e parques naturais e o problema desaparece. Mas a questão é que atrás deste e de outros medos tão específicos esconde-se com frequência um desconforto pessoal mais sério. Por que, então, não tentar resolvê-lo? Abordagens terapêuticas não faltam.
Uma outra possível estrada é a terapia breve estratégica de Giorgio Nardone, que combate as fobias através de “rituais para espantar o medo” que têm se mostrado eficazes. Eles são prescritos ao paciente com uma linguagem hipnótica. Exemplo: A um garoto aterrorizado pela ideia de que poderia bater a cara contra os espelhos, o terapeuta o aconselhou se proteger com um capacete de motocross. Tomado por essa nova tarefa de manter a cabeça protegida pelo capacete, o rapaz retomou, quase sem o perceber, os hábitos de outrora que tinham sido abandonados por causa do seu distúrbio. Dentro de pouco tempo ele perdeu o terror de espelhos e abandonou o uso do capacete. Nesse caso, a fobia foi vencida mudando o foco da atenção da tentativa de controlar o medo para a execução de uma tarefa que requer uma certa atenção.
Combater as fobias sociais – Diverso é o método psiquiátrico que prevê, para alguns tipos de fobias sociais – distúrbios que levam o paciente a se fechar em si mesmo evitando o contato com os outros – o tratamento com fármacos antidepressivos como a paroxetina.
Esses fármacos reduzem os sintomas externos do distúrbio, mas não combatem as suas causas na raiz. Além disso, apresentam risco de criar dependência.
Particularmente confio 100% no poder da Psicanálise como interpretadora e agente de recuo dos sintomas e mesmo a cura.
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