segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Introdução a Sigmund Freud e seus Conceitos.

 Obra de  Sigmund Freud.





Sigmund Freud nasceu em Freiberg, na Moravia, que na época fazia parte da Áustria, no dia 6 de maio de 1856. Filho de judeus com quatro anos mudou-se para Viena, onde seu pai tinha melhores perspectivas de trabalho. Em 1873 ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de Viena. Interessado em fisiologia, de 1876 a 1882 trabalhou no laboratório dirigido por E. W. Von Brucke. Em seguida trabalhou no Instituto de Anatomia sob a orientação de H. Maynert. Em 1881 concluiu o curso de medicina e resolveu tornar-se um clínico especializado em neurologia. Durante vários anos trabalhou numa clínica neurológica para crianças.
Em 1884, o médico Josef Breuer narrou a Freud os resultados de suas experiências, nas quais havia conseguido curar sintomas graves de histeria através do sono hipnótico. As experiências de Breuer, conhecidas como “método catártico”, foram o ponto de partida para o desenvolvimento posterior da psicanálise. Freud se tornava cada vez mais um psicólogo e cada vez menos um neurologista. Em 1895 publicou “Estudos sobre a Histeria”.
Pouco tempo depois, Freud abandonou a hipnose e adotou o método das livres associações, um passo decisivo para o desenvolvimento da psicanálise. Passou a dispor de um instrumento para penetrar nas regiões mais obscuras do inconsciente, o que constitui o objetivo fundamental da chamada psicologia de profundidade, onde o paciente começa a falar tudo que lhe vem à mente revelando memórias reprimidas causadoras das neuroses.
Durante dez anos Freud trabalhou sozinho no desenvolvimento da psicanálise. As ideias de Freud procuraram explicar os vários comportamentos do psiquismo humano, entre eles, o consciente e o inconsciente, o recalque e a sublimação, o sentido dos sonhos, a evolução sexual, o complexo de Édipo, o complexo de Electra, o complexo de castração, a histeria, a neurose etc.
Durante vários anos, Freud foi vítima de hostilidades dos próprios cientistas que agarrados a velhas teorias, não reconheciam as novas ideias que eram consideradas imorais e anticientíficas. Seus últimos anos de vida coincidiram com a expansão do nazismo na Europa. Filho de judeus foi perseguido, teve seu passaporte confiscado e só liberado após o pagamento de elevado resgate. Doente, submetido a tratamento radioativo, mudou-se para a Inglaterra vindo a falecer um ano depois, em 23 de setembro de 1939.

Alguns de seus principais conceitos :





Freud desenvolveu a teoria psicanalítica, baseado em sua experiência clínica. O ponto nuclear dessa teoria é o postulado da existência do inconsciente como:

a) um receptáculo de lembranças traumáticas reprimidas;
b) um reservatório de impulsos que constituem fonte de ansiedade, por serem socialmente ou eticamente inaceitáveis para o indivíduo.



De acordo com a teoria estrutural da mente, o id, o ego e o superego funcionam em diferentes níveis de consciência. Há um constante movimento de lembranças e impulsos de um nível para o outro.
O id é o reservatório inconsciente das pulsões, as quais estão sempre ativas. Regido pelo princípio do prazer o id exige satisfação imediata desses impulsos, sem levar em conta a possibilidade de consequências indesejáveis.
O ego funciona principalmente a nível consciente e pré-consciente, embora também contenha elementos inconscientes, pois evoluiu do id. Regido pelo princípio da Realidade o ego cuida dos impulsos do id, tão logo encontre a circunstância adequada. Desejos inadequados não são satisfeitos, mas reprimidos.
Ego, a partir da interpretação filosófica, significa o “eu de cada um”, ou seja, o que caracteriza a personalidade de cada indivíduo.

O conceito de ego é bastante utilizado em estudos relacionados a psicanálise e filosofia. De acordo com a teoria psicanalítica, o ego faz parte da tríade do modelo psíquico, formado pelo ego, supergo e ID.

O ego é considerado o “defensor da personalidade”, pois é responsável por impedir que os conteúdos inconscientes passem para o campo da consciência, acionando assim os seus mecanismos de defesa.

Uma das principais funções do ego é harmonizar os desejos do ID com a realidade do supergo. Assim, o ego suprime as vontades inconscientes do ID com “medo” dos castigos que lhe serem direcionados.
Apenas parcialmente consciente, o superego serve como um censor das funções do ego (contendo os ideais do indivíduo derivados dos valores familiares e sociais), sendo a fonte dos sentimentos de culpa e medo de punição.



Complexo de Édipo:

Na Psicanálise de Freud, o Complexo de Édipo pode ser considerado um dos conceitos fundamentais. Segundo Freud, refere-se a uma fase comum e universal do desenvolvimento infantil, marcado pela “disputa” entre a criança e o progenitor do mesmo sexo pelo amor do progenitor do sexo oposto. Como exemplo, o menino disputa com seu pai o amor da mãe. Para chegar a esse conceito, o pai da psicanálise se baseou na tragédia  mitológica grega de Sófocles (Sec. V a.C.), que conta a história de Édipo, filho de Laio e Jocasta. Na histórica, Édipo mata o pai para ficar com a mãe.

Infância frustrada:

Cercada de proteção, a criança tem uma relação triangular com seus pais e crê que os progenitores são seus, devido à extrema dependência deles para sobrevivência. A partir dos 3 aos 6 anos, a criança tem sua vida marcada pela “frustração” que o Complexo de Édipo oferece: ela percebe que não é o centro do mundo e o amor dos pais não é unicamente seu, pois amam-se também.
Ao perceber a relação entre os pais, essa criança passa a responsabilizar o progenitor do mesmo sexo pela “separação” e deseja o amor, proteção e total atenção do progenitor do sexo oposto. Nessa fase, a criança passa a ter sentimentos hostis para com o progenitor do mesmo sexo ou mesmo outras fontes que possam desviar a atenção do progenitor de sexo oposto diante de si.

Freud explica

“O complexo começa a se manifestar quando o menino começa a manifestar de forma exagerada a preferência pela mãe. O menino passa a desejar que a mãe exista somente para ele, torna-se ciumento em relação ao pai e faz tudo para eliminá-lo de sua convivência com a mãe. Ao mesmo tempo, ou posteriormente, sente-se culpado de uma falta grave, experimenta remorsos em relação ao pai. A mesma coisa acontece com a menina: ela passa a desejar o pai e a repelir a mãe. Nesse caso o nome que se dá ao complexo é o de Complexo de Electra” (FREUD, 1996).

Fases do Complexo de Édipo

O Complexo de Édipo pode, inclusive, ocorrer em outras fases da vida também. Seguindo o pensamento de Freud:
  1. O menino se apega à mãe pelos carinhos e cuidados, a querendo apenas para si;
  2. Descobre que o pai também ama a mãe, tornando-o seu rival;
  3. O menino deseja possuir a mãe sem a interferência do pai;
  4. Ele luta para eliminar o rival importuno (pai), mas não consegue vencer e pretende se vingar com agressões e desobediência;
  5. Com o tempo, o menino modifica a maneira de amar a mãe. Passa o desejo de possuí-la e agora quer protegê-la;
  6. Mais velho, o menino passa a admirar as qualidades do pai, ainda que continue sendo seu rival. Ele passa a imitar o pai;
  7. Chegando à fase adulta, o menino vai se desligando da mãe e ganhando independência;
  8. Como um adulto normal, o menino passa a tratar o pai normalmente e se interessar por outras mulheres.

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