terça-feira, 30 de agosto de 2016

O SER NEURÓTICO.




Fácil hoje é de chamar alguém pejorativamente de NEURÓTICO!


Mas sabes o que é um Neurótico?
De modo simplificado eu diria que neurose é a incapacidade (consciente ou inconsciente) do indivíduo de:






- Ver o que se precisa ver;

- Ouvir o que se precisa ouvir;

- Mudar o que se precisa mudar;

- Sentir o que se precisa sentir.

Vejamos um pouco o que dizem os grandes pensadores da psicologia sobre a neurose. Freud afirmou que a neurose se manifesta quando “não superamos a fase da infância”. Se prestarmos atenção no comportamento da maioria das pessoas confirmamos que elas muitas vezes se comportam como crianças.

Adler disse que “as nossas dificuldades são porque nós não superamos limitações físicas, psicológicas ou emocionais”, surgindo assim as neuroses. Isto também faz sentido. O Dr. Wayne W. Dyer parece lançar a responsabilidade de nossas neuroses sobre outros, ao afirmar: “se fosse como eu, então eu não teria que me aborrecer tanto.” Essa posição nos parece problemática. Não seria tedioso convivermos com alguém exatamente como nós 24 horas.
Carl Jung disse: “o que adoece a gente é não ser o que a gente é”. Ser o que a gente é implica em ver, gostar e fazer. Mas isto nem sempre corresponde à verdade. Nós não somos ilhas, para fazermos só o que desejamos. Por outro lado, Jung tem certa dose de razão. É que na medida em que agimos segundo o que de fato somos, nos curamos internamente.
Insistirmos naquilo que a gente quer ser é o primeiro passo para sermos curados. Muitos pacientes começam um tratamento na área da saúde, principalmente mental e não perseveram. Alguns chegam perto da cura da ferida e param; outros se desculpam pela falta de tempo, de dinheiro...  Outros ainda responsabilizam a família ou amigos por suas dificuldades. Só uns poucos conseguem perseverar, libertar-se dos traumas interiores e viver saudavelmente.
 Os obstáculos existem, mas é preciso lutar e perseverar!

Na verdade nossa mente trabalha contra nós. Com frequência, pela nossa ansiedade, pensamos e nos preocupamos com muitas coisas ao mesmo tempo, somos dominados pela síndrome do pensamento acelerado, dificultando assim o processo no qual deveríamos nos curar interiormente, ou seja, a falta de quietude não nos deixa sermos curados de nossas neuras e acabamos desenvolvendo uma série de mecanismos neuróticos.
Existem quatro atitudes que geralmente tomamos diante das dificuldades:

- Projeção: ocorre quando eu acuso os outros de minhas dificuldades. Eu projeto neles essas dificuldades. O escritor e filosofo Jean Paul Sartre, falou: “O inferno são os outros”. Isto é pura projeção neurótica!

- Introjeção: é quando eu assimilo do meio em que vivo costumes e maneiras de ser e digo que são meus. Exemplo: andar na moda e falar e fazer o que todos fazem.

- Confluência: fico sem noção do que vem de mim mesmo e o que vem do meio em que vivo. Vivo em confusão. Acuso e acuso-me. Invado a vida dos outros e me  deixo ser invadido.

- Retro flexão: Consiste em voltar para si mesmo a energia mobilizada, fazer a si aquilo que gostaria de fazer aos outros ou que os outros lhe fizessem. São exemplos de retro flexão (tanto patológica como saudável): morder os dentes ou cerrar os punhos para não agredir; a masturbação; o sadismo e o masoquismo; a fala mental etc. Ou seja, eu não respondo aos outros por agressões recebidas, antes agrido a mim mesmo. Exemplo: bronquite, ulcera, gastrites, alguns acidentes.
Para curar-se destes mecanismos neuróticos, faz-se necessário conhecer-se melhor a si mesmo.

 Alguns Neuróticos são brilhantes , e esta inquietação produz um material criativo fora dos padrões que conhecemos, são as leituras do inconsciente ou mesmo do inconsciente coletivo parafraseando Jung , muito do que vemos e a forma que vivemos foram pensadas por Neuróticos, é certo pensar que estes gênios pagam um preço caro por este talento, pois muito não conseguem viver em sociedade, um contra senso pois aqueles que criam para todos, não vivem como todos, mas esta explicação se aprofunda por si , mas é um fato e uma verdade.

 Dai recorro  as palavras do Mestre Jesus:

 “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8.32).

 Sócrates disse a celebre frase que é a máxima da filosofia: “Conheça-te a ti mesmo”. Este é o lema em que Sócrates cifra toda a sua vida de sábio. O perfeito conhecimento do homem é o objetivo de todas as suas especulações e a moral, o centro para o qual convergem todas as partes do conhecimento.

O que quero dizer aqui com conhecer-se a si mesmo, é mais do que conhecer as palavras do Evangelho ou as máximas da filosofia, mas que esse “conhecer” exige uma mudança radical de vida.
Somente pelo auto enfrentamento é possível conhecer a verdade, é uma verdade que não pode ser conhecida por ninguém , é a chave do seu maior segredo, que no fundo é você mesmo.

A maior luta do homem é consigo mesmo!

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